Talvez nenhum outro setor tenha sido tão devastado pela pandemia do coronavírus quanto aqueles que nos enriquecem e nos divertem. Desde a cultura, artes até o entretenimento.
Os teatros estiveram fechados, os museus só juntaram poeira e muitos cinemas estão falidos.
Centenas de milhares de pessoas nessas indústrias estão desempregadas ou esperando que suas licenças se transformem em demissões.
Além disso, têm os efeitos em cascata: atrações fechadas tornam a recuperação do turismo ainda menos provável.
Outro problema é que as crianças não aprendem mais sobre cultura e História em primeira mão.
Sem falar que poucos de nós estão recebendo informações e distrações criativas que tornam a vida mais rica e divertida.
Entretanto, aos poucos, os primeiros espaços vão se reabrindo, socialmente distantes, é claro.
E forçada pela necessidade e impulsionada pela criatividade, a reinvenção digital vem ganhando cada vez mais velocidade.
Poucas coisas serão como antes, por isso tanto se fala sobre um “novo normal”.
O coronavírus mudou a forma como consumimos cultura
Diversos eventos esportivos, reality shows e seriados em andamento precisaram ser paralisados.
Formatos como notícias e talk shows mudaram para novas configurações de produção, para poder mitigar o risco de contrair o vírus.
Como muitos outros negócios, os fornecedores de serviços artísticos e recreativos foram forçados a experimentar para continuar operando durante esses tempos de incerteza.
Métodos inovadores de transformar serviços permitiram que algumas empresas cumprissem as restrições e continuassem à tona.
Aumento na demanda por conteúdo digital
Com a chegada da pandemia do coronavírus, o consumo digital floresceu com a queda da publicidade tradicional.
A demanda por conteúdo diferenciado e de qualidade cresceu, à medida que a produção de algumas indústrias foi parando completamente.
A busca por informação e entretenimento ficou evidente pelo maior tempo gasto pelas pessoas em redes sociais, onde se tornou possível informar, entreter e conectar.
Consumidores recorreram a provedores de serviços TV a cabo, streaming de vídeo, jogos, mídia social e streaming de música, para entretê-los enquanto passam mais tempo em casa durante a pandemia.
Podemos dizer que o conteúdo digital encontrou um público mais engajado no YouTube, Instagram, Facebook e muito mais.
E sem dúvidas, a produção física foi a mais afetada, no mundo todo, durante todo esse contexto.
Com lições a serem aprendidas e a previsão de mais tempos difíceis no horizonte, o que as empresas poderiam fazer para permanecer abertas?
Quais medidas o setor cultural deverá tomar para se recuperar nesse “novo normal”?
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Se adaptando ao “novo normal”
Embora o fornecimento de conteúdo cultural gratuito e digitalmente mediado não seja sustentável ao longo do tempo, ele abriu a porta para muitas inovações futuras.
Mas, já ter em mente que acesso digital não substitui uma experiência cultural ou todos os empregos que a acompanham, já é um bom começo.
Com as academias, salões de beleza, teatros e museus reabrindo, a vida parece estar voltando ao normal.
Apesar da empolgação e alívio dos proprietários de empresas e seus clientes, as coisas estão longe de voltar ao normal.
Assim como os hospitais enfrentaram o desafio de tornar as instalações e práticas contra a COVID-19 seguras, a indústria do lazer e do entretenimento também vem se apresentando da mesma maneira.
Quer se trate de uma rotina de limpeza aprimorada, o uso de equipamento de proteção individual (EPIs) ou a descoberta de formas novas e inovadoras de se trabalhar.
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Galerias de arte e museus
Por serem uma fonte de recreação e educação, muitas galerias de arte e museus reconheceram a necessidade de encontrar novas maneiras de tornar seus serviços acessíveis em meio a pandemia.
Por exemplo, através de iniciativas nas redes sociais, alguns adotaram a abordagem simples de contribuir com imagens de quadros e suas histórias, como o #maspemcasa ou #pinadecasa no Instagram.
Além disso, houve também uma proposta de interação entre a população e as obras de arte com o projeto Masp Desenhos em Casa.
Neste caso os usuários reproduziam as obras de arte que se encontram no acervo do museu, e posteriormente deveriam compartilhar com outros usuários do Instagram.
Agora, com o retorno das atividades presenciais, é provável que os museus e galerias de arte tenham que apresentar exposições mais atraentes para conquistar mais visitas e compras de ingresso.
Artistas em geral
Com bares, clubes e teatros tendo que fechar portas, muitos músicos, atores e outros performers se voltaram para plataformas de mídia social.
Alguns exemplos são o Facebook, Instagram, Youtube e até a popular plataforma de streaming Twitch. Ou seja, toda forma de continuarem se apresentando para o público.
Muitos inclusive, fizeram lives especiais no YouTube com a proposta de arrecadar doações para ajudar no combate a COVID-19 ou para auxiliar as famílias atingidas pela crise.
E após vários meses tendo que se adaptar, aos poucos, cantores e bandas têm voltado a se apresentar no formato presencial, através de shows drive in, por exemplo.
A importância da cultura e entretenimento
Em suma, durante a pandemia do coronavírus a indústria de cultura e entretenimento vem desempenhando um papel significativo: o de informar, educar, conectar e entreter a sociedade ao redor do mundo.
Entretanto, com o retorno das atividades presenciais, o setor precisa avaliar como continuará a cumprir seu papel contínuo de informar, entreter e conectar a sociedade.
Pesquisadores já até falam que a crise pode redefinir os limites de onde as empresas podem e devem desempenhar seu papel.
Dessa forma, as funções da indústria cultural, de informar e educar, em particular, serão alteradas e precisarão de um esforço mais colaborativo e coordenado.
Por isso, a capacidade de se adaptar e executar deverá andar de mãos dadas com a mudança e o futuro que estão por vir.
Redação do Instituto de Cultura e Cidadania